A política externa russa e o Brasil
A política externa russa tem por objetivo criar ambiente internacional favorável para o país com o fim de resolver o conjunto de problemas sociais, econômicos e políticos, garantir a segurança global e regional, bem como manter a paz universal e promover a cooperação internacional.
Segundo a Constituição da Rússia o Presidente do País determina as diretrizes principais da política externa. O Conselho de Segurança dirigido pelo Presidente coordena as atividades dos ministérios e entidades que participam de algum modo na execução da política externa. Cabe ao Ministro dos Negócios Estrangeiros supervisionar constantemente as relações internacionais da Rússia com os outros países.
Em abril de 1993 o Presidente assinou a portaria que continha os princípios da política externa da Rússia. Os princípios da política externa russa são submetidos aos interesses da doutrina militar aprovada pelo Conselho da Segurança. Há 4 anos a nova Rússia democrática entrou no cenário internacional e se juntou imediatamente aos esforços internacionais pela a manutenção da paz em vários focos de tensão do mundo.
Durante a reunião do G-7 em Nápoles, em 1994, a Rússia deu passos sérios para entrar na elite mundial econômica como o oitavo membro do Grupo dos Sete. De fato os líderes do G- 7 da sua parte também deram grandes passos para transformá-lo em "octeto" para que a Rússia se tornasse membro plenipotenciário. A Cúpula de Moscou sobre a segurança nuclear confirmou isso. A Rússia tinha desempenhado o papel-chave em transformação da Conferência para Segurança e Cooperação na Europa à Organização para Segurança e Cooperação na Europa. Ela assinou um acordo sem precedentes na sua envergadura e diversidade sobre as relações de parceria e a cooperação com a União Européia e foi admitida ao Conselho da Europa, à organização mais antiga multilateral a nível continental.
Expandem-se os laços com a ONU e outras organizações internacionais, a Rússia começa a desempenhar o papel mais ativo nas organizações financeiras, comerciais e econômicas internacionais. Tem se procurado um caminho de colaboração efetiva e equitativa entre a Rússia e a OTAN. A Rússia continua destruindo de modo prático suas armas segundo os tratados existentes e reduzindo o efetivo das Forças Armadas bem como proclama a sua disposição de continuar promovendo sua política de medidas de segurança e confiança mútuas.
O futuro da comunidade internacional baseia-se na unidade, integração do potencial econômico internacional, coordenação dos esforços políticos visados a preservar o mundo de numerosos conflitos, inclusive civis, de guerras locais e regionais, injustiça social, fome, terrorismo, narcotráfico, contrabando de armas. O mundo precisa da cooperação baseada em respeito mútuo de direitos legítimos e interesses de todos países.
Na sua mensagem à Assembléia Federal o Presidente da Rússia declarou reiteradamente que a política externa russa deva responder aos interesses nacionais e combinar a firmeza, flexibilidade e pragmatismo. A Rússia não pretende buscar a confrontação com qualquer "centro de poder" internacional. No futuro próximo a estratégia optimal constituirá em procurar os parceiros em todas as áreas. Pretendemos fortalecer as relações com os EUA, Europa, China, Índia, Japão e América Latina, com os parceiros que estiverem prontos de construir o relacionamento com a Rússia no fundamento de respeito mútuo e equitativo.
A Rússia e os Estados Unidos começaram a redução profunda e sem precedentes das suas armas estratégicas. Graças aos esforços enormes da Rússia foi estendida para o prazo indeterminado a vigência do Tratado de Não-Proliferação.
Dois grandes vizinhos, a Rússia e a China, elaboraram um importante acordo sobre a criação de medidas de confiança e distensão militar nas suas fronteiras.
Foram criadas as condições políticas para a economia da Rússia para que ela possa entrar nos novos mercados e tornar a ganhar a sua posição anteriormente ocupada. A Rússia construiu boas pontes de cooperação com os países da ASEAN e do Golfo Pérsico.
Para 2010 a política externa russa mantém praticamente com a mesma prioridade de relações de acordo com anos anteriores, portanto prioritariamente sua reestruturação econômica e modernização de seu sistema financeiro caracterizam juntamente o fortalecimento da identidade nacional russa um dos principais fatores internos, regionalmente a primeira prioridade e manutenção das relações e dinamismo junto aos países da CEI principalmente com o Cazaquistão e Bielorússia. A segurança regional e as questões caucasianas também se encontram como prioridade além do reconhecimento do status de independência da Ossetia do Sul e Abkhazia. Os EUA entrem na segunda prioridade por questões naturais de ser o grande rival político e parceiro econômico da Rússia, bem como tratar conjuntamente das questões estratégicas na eurásia e oriente médio. A China encontra-se na terceira posição, como estratégica para Moscou e a parceria estratégica compete como o principal elo dessa relação, a União Européia vem na seqüência sendo que a Alemanha e Holanda tradicionalmente se mantém como principais países no relacionamento Rússia-Europa. Já na quinta posição o Oriente-médio com destaque para o Irã e as posições dos EUA no Iraque e Afeganistão onde a Rússia participara nos diálogos de paz e financiamento e observação do programa nuclear iraniano.
A América Latina enquadra-se na sexta posição tradicionalmente em razão desses países disporem um relacionamento menos próximo com a Rússia por causa da distância geográfica, cultural e política entre eles. Com destaque a Venezuela tem desenvolvido um relacionamento próximo da Rússia principalmente como cliente na compra de armamentos russos.
O Brasil encontra-se em primeiro lugar no relacionamento com a Rússia entre os países latino americanos, entretanto o relacionamento continua com alguma vontade política para desenvolvimento, mas com poucos avanços práticos, no primeiro trimestre de 2009, as transações comerciais entre Brasil e Rússia tiveram uma corrente de comércio de USD 742 milhões, 48% abaixo do registrado no mesmo período de 2008, em 2009 o superávit foi favorável ao Brasil em USD 380 milhões. Para o Brasil a Rússia encontra-se em 16º lugar de destino de suas exportações, para a Rússia o Brasil se encontra em 31º lugar.